Escrever cartas

As pessoas mais jovens (e eu não sou tããããão antiga assim!) talvez não conheçam a emoção de receber um envelope manuscrito, com seu nome como destinatário, carimbado, selado...
*suspiro*
Ah... Aquele envelope trazia tantos sentimentos que nem sempre conseguimos descrever.

Mas, o que houve com esse costume?

Você, leitor: quando foi a última vez que recebeu uma carta pelo correio convencional? E quando foi que enviou a última??

A tecnologia (com a super velocidade) veio com promessas de melhorar o processo de comunicação. Trouxe muitos recursos, entre eles a agilidade no processo que hoje é praticamente em tempo real. Ganhou rapidamente o gosto popular e aposentou aquele "velho" hábito de trocar correspondências.
Que pena... Mas, antes que digam que sou uma saudosista radical e contra os avanços tecnológicos, deixo claro que admiro e faço uso de muita tecnologia no meu dia-a-dia. A minha observação é apenas no sentido de dizer que uma não precisa necessariamente decretar a extinção da outra.
Ou seja, podemos sim trocar informações em tempo record, por meio de redes sociais e outras ferramentas. Mas, também podemos evocar sensações táteis, olfativas, com a correspondência manuscrita.
Cada um, a seu modo, expressa um pouco da sua personalidade no modo de grafar palavras. 

E a nossa imaginação também viaja. Olhando aquele pequeno envelope, podemos tentar imaginar o seu percurso desde a origem até o destino final. A mesa em que foi escrito, a emoção de quem escrevia, os locais por onde passou, as mãos que o manusearam...
Quantos estímulos nossos cérebro recebe ao decodificar a letra de outra pessoa?

Você sabia que pegar uma caneta e escrever traz muito benefícios?
Sim! Este ato, aparentemente simples, ajuda a melhorar a aprendizagem e a ter uma visão mais otimista de tudo.
A escrita "a mão" aumenta a atividade cerebral de uma forma muito mais expressiva do que a digitação. Envolve processos visuais, cognitivos e motores, reduz o stress e aumenta o bem estar.
Muito mais do que enviar uma "carinha com corações no lugar dos olhos", demonstrar o nosso carinho/amor por meio de palavras usando caneta e papel nos envolve em uma atmosfera mais humana.

Como maravilhosamente descreveram uma vez, escrever com caneta e papel é "abrir os portões e deixar o coração se derramar na folha." Infelizmente, desconheço o autor desta definição. Ela é perfeita!
Pesquisando na internet, encontrei um site que ensina a escrever cartas. Achei tão curioso! Mas, entendi que, com a falta do costume hoje em dia, realmente algumas (muitas!) pessoas tenham desaprendido como fazer. Não se acanhe se você é uma destas pessoas. Você não está sozinho/a. E pode conferir as dicas aqui.

Também encontrei um texto muito bom do Alberto Villas, escrito em 2011, mas super atual! (espia aqui!)

Para finalizar, pergunto a você que está lendo agora: que tal escrever uma carta hoje?
Escolha uma pessoa especial. Vá para um cantinho tranquilo. Ouça uma música do seu agrado. Respire fundo. Sorria. E "abra os portões", deixando o seu coração se derramar na folha de papel.
Depois, me conta como foi a experiência. Tá?